A autoimagem é um componente importante da autoestima. Gosto de definir autoestima como aquele carinho especial que sentimos por nós mesmos. Já a autoimagem é a imagem que temos de nós, como nos vemos. Então eu lhe pergunto: como você se vê?

Nossa autoimagem é construída ao longo da nossa história de vida, através das experiências e influências que temos em nosso desenvolvimento. De acordo com os “padrões” predominantes em nossa cultura, que se traduzem em adjetivos como “bonito”, “feio”, “bom”, “mal, “adequado”, “inadequado”, entre outros, formamos uma imagem de quem somos.

Cada vez mais, as pessoas estão sofrendo com problemas relacionados à sua autoimagem. Adolescentes desejam ser como modelos e artistas famosos; jovens e adultos estão constantemente insatisfeitos com sua imagem corporal, e por isso encaram bisturis, além de fórmulas mágicas de emagrecimento e beleza; idosos não lidam bem com a ideia de ter um corpo envelhecido, e apelam para cirurgias plásticas e se vestem como se fossem adolescentes. Nem as crianças, em sua “inocência infantil” escapam. Muitas sofrem com seus traços físicos, que por vezes são alvo de críticas e zombaria dos colegas de escola, ou até mesmo dos pais.

Em entrevista à Revista Psiquê, o Psicólogo Marco Antônio de Tommaso disse que “Não existe um belezômetro para se medir a beleza. É essencial ter uma autoestima suficiente para mediar os valores que vêm de fora.” Ele trabalha com modelos, e acompanha de perto as temáticas “autoimagem”, “autoestima”, e os problemas associados a elas.

É triste pensar que pessoas morrem na busca por atingir padrões de beleza socialmente instituídos, e que por serem “privilégio” de uma minoria mundial, nem deveria se chamar ‘padrão’. Não precisamos de plásticas, silicones, anabolizantes e dietas milagrosas. Precisamos de uma autoestima saudável. Só então poderemos investir no corpo como ele realmente precisa, ainda que isso envolva dietas e bisturis.

A psicoterapia é um meio de cuidar de si, de dentro pra fora. Trabalhando questões relacionadas à autoimagem, pacientes desenvolvem uma autoestima saudável, além de adotarem comportamentos adequados de cuidado do corpo, e sem os desagradáveis efeitos colaterais. Infelizmente, em um século em que as pessoas desejam coisas instantâneas, poucos são os que se beneficiam desse tipo de tratamento, e muitas são as histórias com finais tristes de quem buscou resultados mais imediatos.

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Recomendação de leitura: Entrevista da Revista Psiquê com Marco Antônio de Tommaso.