Depressão Pós-Parto (DPP) é, segundo a APA (American Psychological Association) um grave problema de saúde mental caracterizado por um período prolongado de perturbação emocional, que ocorre em um momento de grande mudança de vida e aumento das responsabilidades sob os cuidados de um recém-nascido. DPP pode ter consequências significativas tanto para a mãe como para a família.

De acordo com a APA, estima-se que 9-16% das mulheres que realizam o parto vai experimentar DPP. Entre as mulheres que já experimentaram DPP após uma gravidez anterior, há algumas estimativas de aumento da para 41%.

Consequências para as mães:

  • afeta a capacidade de atuar nos papéis da vida cotidiana e aumenta o risco de ansiedade, prejuízo cognitivo, culpa e medo ;
  • leva à dificuldade na prestação de cuidados adequados ao desenvolvimento da criança;
  • leva a uma perda de prazer ou interesse na vida, distúrbios do sono, sentimentos de irritabilidade ou ansiedade, ao afastamento da família e dos amigos, a chorar, e a ter pensamentos de machucar a si mesmo ou à criança;
  • outros problemas decorrentes de não se estar cumprindo com o papel socialmente esperado da figura materna.

Consequências para os filhos:

  • tornar-se isolado, irritável, ou inconsolável;
  • mostrar insegurança afetiva, no apego, e problemas comportamentais;
  • ter problemas no desenvolvimento cognitivo, social e emocional;
  • têm um maior risco de transtornos de ansiedade e depressão na infância e adolescência.

Pais também pode sentir-se deprimidos no período pós-parto, especialmente se a mãe está deprimida ou se o pai não está satisfeito com o relacionamento conjugal ou com a vida após o nascimento da criança.

DPP pode ser associada a:

  • alterações hormonais;
  • experiência anterior de depressão e de ansiedade;
  • uma história pessoal ou familiar de depressão;
  • problema conjugal;
  • gravidez em idade muito jovem;
  • estressores agudos, incluindo eventos específicos relacionados à maternidade (por exemplo, fatores de estresse de cuidados infantis) e outros eventos estressantes (por exemplo, a morte de um ente querido);
  • exposição a toxinas;
  • poluição do ar;
  • má alimentação;
  • baixo nível socioeconômico;
  • baixos níveis de apoio social;
  • o stress de uma nova criança, em combinação com a incongruência entre as expectativas e a realidade da maternidade;

É possível prevenir e tratar:

  • A ocorrência de sintomas depressivos durante a gravidez já é um sinal para buscar a prevenção de DPP e metade dos casos de DPP diagnosticável pode realmente começar durante a gravidez. Em alguns casos, a DPP constitui um aumento da manifestação de uma doença que já existe (e talvez não tenha recebido a devida atenção), em vez do aparecimento de uma nova doença.
  • Estratégias de prevenção bem sucedidos podem incluir a garantia de apoio social de outras mães, amigos e parentes; ficar de repouso e dormir o suficiente; reduzir a responsabilidades menos importantes (sem desistir o esquivar-se delas, mas apenas gerindo as prioridades).
  • É essencial que as mulheres com DPP recebam cuidados de saúde mental adequados. Estudos indicam que existe uma variedade de tratamentos psicológicos eficazes para lidar com DPP , incluindo a terapia cognitivo-comportamental.

Fonte: APA