A depressão, muitas vezes confundida com tristeza ou desmotivação, é classificada como um Transtorno do Humor e, atualmente, é um dos problemas de saúde mental de maior prevalência. Estima-se que mulheres sofram duas vezes mais de depressão do que homens. “Segundo dados da Organização Mundial da Saúde do início desta década (World Health Organization [WHO], 2001a), a depressão é um problema significativo de saúde pública, que custa cerca de U$43 bilhões anualmente, somente à economia dos Estados Unidos, em tratamentos médicos e perda de produtividade. Pacientes com depressão costumam passar mais dias longe do trabalho, tornam-se, com mais frequência, clinicamente doentes, apresentam maior risco de suicídio do que as pessoas em geral, entre outros problemas. Estima-se que 5-10% das pessoas precisam de ajuda para tratar a depressão e que 8-20% das pessoas carregam o risco de desenvolvimento de depressão durante sua vida (WHO, 2001a).” (Mulher e depressão: uma análise comportamental-contextual, Karyne M. Lira Correia, 2011).

É comum ouvir pessoas se queixando de que estão com depressão. Contudo, de acordo com o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), para a realização de um diagnóstico de depressão são observados alguns critérios. Entre esses critérios se encontra a presença de 5 ou mais dos seguintes sintomas:

(1) humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, indicado por relato subjetivo (por ex., sente-se triste ou vazio) ou observação feita por outros (por ex., chora muito). Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável;
(2) interesse ou prazer acentuadamente diminuídos por todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicado por relato subjetivo ou observação feita por outros);
(3) perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta (por ex., mais de 5% do peso corporal em 1 mês), ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias. Nota: Em crianças, considerar falha em apresentar os ganhos de peso esperados;
(4) insônia ou hipersonia quase todos os dias;
(5) agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outros, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento);
(6) fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
(7) sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (que pode ser delirante), quase todos os dias (não meramente auto-recriminação ou culpa por estar doente);
(8) capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outros);
(9) pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio;

Percebe-se claramente que, observando apenas o critério para diagnóstico citado acima, a depressão vai muito além da sensação de desânimo ou do sentimento de tristeza. Por ser um problema que afeta todos os aspectos da vida da pessoa, é importante que pessoas deprimidas sejam acompanhadas por um profissional psicólogo e, se necessário, um médico psiquiatra.