Imagine ter que decidir boa parte do futuro de sua vida por volta dos 17 anos! Bem… é exatamente isso que acontece com milhares de jovens, todos os anos. Eles chegam ao final do Ensino Médio com esse desafio nas mãos. O que serei? Que curso farei?

Nossa identidade está muito relacionada à nossa profissão. Quando alguém é apresentado em público, por exemplo, na maioria das vezes sua profissão é citada. Quando conhecemos alguém, geralmente perguntamos o que ele faz, ou seja, com que ele trabalha. Isso significa que aos 17 anos não temos que escolher apenas um curso, mas uma profissão, e um novo item para compor nossa identidade. Isso causa desespero em alguns, angústia em outros, e para alguns poucos é uma fase quase tranquila!

Na segunda metade do ano de 2009, muitos amigos me procuraram porque estavam com dificuldades em relação à escolha de sua profissão. O curioso é que alguns destes já estavam cursando a faculdade, já haviam escolhido um curso e passado pelo vestibular com sucesso, mas não haviam encontrado ainda aquilo com o que se identificassem. Imagino que milhares de pessoas se formam todos os anos, em cursos com os quais não se identificam de fato.

Há alguns meses, conheci uma moça que está cursando a faculdade, fazendo um curso que não gosta, se preparando para um profissão que não deseja. Ela me ouviu conversando com uma outra jovem. Nesta conversa a jovem me questionava se insistiria em prestar vestibular para o curso de seus sonhos, ou se faria algo mais fácil para não perder tempo. Eu perguntei a ela: “esse algo mais fácil vai te satisfazer profissionalmente? Você consegue se ver trabalhando com isso e sendo feliz?” Essa pergunta incomodou bastante a moça que nos ouvia. Então, ela me contou sua situação. No segundo semestre deste ano de 2010, começará a fase de estágios de seu curso, e ela quer sair deste curso antes que os estágios comecem, contudo, não tem condições financeiras de arcar com o curso que sonha fazer.

Esse exemplo mostra que muito mais que não saber “o que quer ser quando crescer”, há uma série de outras dificuldades relacionadas à escolha da profissão! Existe a limitação financeira, o fato de que muitas vezes o curso que se deseja não tem em nenhuma faculdade próxima à cidade do jovem, a dificuldade de emprego na área (que desanima muita gente), etc.

Fazer uma escolha tão séria, sendo tão jovem, não é fácil. Há muito a ser analisado, muitas questões devem ser colocadas numa balança. Contudo, na minha visão, a satisfação profissional deve ser o item de maior peso, e a chave para a resolução desse dilema. Passar a vida sendo infeliz, ou insatisfeito com o trabalho, pode ser sinal de uma escolha mal feita.

Nossas escolhas determinam nossa vida!