Psicólogos costumam ser tratados como bombeiros – são procurados quando “a coisa já está pegando fogo”. Entendo que o serviço de psicologia não é algo barato, e que na esperança de conseguir resolver os problemas por conta própria enquanto eles ainda são simples, muitas pessoas acabam procurando psicólogos apenas quando a situação já está crítica ou insustentável. Entendo também que um outro grupo de pessoas têm dificuldade de perceber os problemas e, quando se dão conta deles, já não têm condições de enfrentá-los sozinhos.

Bem… lidar com problemas nem sempre é uma tarefa simples. Sozinhos ou com auxílio profissional, precisamos cuidar em não sermos multiplicadores de problemas.

Você certamente já ouviu a expressão “tempestade em copo d’água”. Ela se refere à amplificação de um problemas. Existem pessoas que são especialistas em fazer tempestades em copos d’água. Não sei se esse é o seu caso. É comum que essas pessoas nem percebam que possuem essa habilidade, e isso significa que você pode ser uma dessas pessoas e nem sabe.

Há algumas décadas, um estudioso chamado Albert Ellis postulou que a origem das perturbações emocionais está na forma como percebemos e interpretamos o mundo ao nosso redor. Com base na teoria de Ellis e na minha experiência em ajudar pessoas a resolverem ou lidarem com problemas, afirmo, sem medo de errar, que o tamanho do seu problema é diretamente proporcional à sua capacidade de amplificá-lo. Se você enxerga seu problema como algo terrível, catastrófico, ele de fato é algo terrível e catastrófico. Se você encara como algo possível de resolver, ele certamente é possível de resolver. A forma como olhamos para nossos problemas dão forma, peso e tamanho para eles.

É claro que existem muitas questões a serem discutidas acerca disso. Não nego a existência de problemas insolucionáveis, mas ainda esses só serão problemáticos se eu assim os enxergar.