Estava lendo há alguns dias atrás uma matéria falando sobre uma tese de Doutorado que estudou como um diagnóstico pessimista pode prejudicar bebês com Down. Alguns podem pensar que seja algo relacionado a pensamento positivo – “se você acreditar em algo, isso vai acontecer porque a mente tem poder” – etc. Não vamos descartar o poder da mente, é certo que ela pode muito mais do que imaginamos. Contudo, também não estamos falando de misticismo ou alguma espécie de poder mágico que foge à lógica. Na verdade, há muita lógica na relação entre a forma como as mães recebem a notícia do diagnóstico e o desenvolvimento de seu bebê.

A questão é que muitas mães recebem esse diagnóstico de forma pessimista, como verdadeiros atestados de que seu bebê será uma eterna criança, nunca irá se casar, andar ou trabalhar. A forma como a notícia desse diagnóstico é dada à mãe afeta a forma como essa mãe vai depositar expectativas e investir esforços no desenvolvimento de seu filho.

Uma mãe que recebe o diagnóstico de forma mais otimista, em que se mostram as possibilidades de trabalhos a serem realizados com seu filho e as coisas que ele pode conquistar se receber estímulos necessários, tem mais chances de agir em prol de fornecer esses estímulos, e seu filho tem mais chances de conquistar coisas que o pensamento comum julga impossível.

Isso prova que nossas crenças influenciam nossas ações. O que conhecemos e acreditamos está diretamente relacionado com o que fazemos. Acreditar que algo é possível me faz agir em prol de tornar esse algo possível. Isso nos leva a pensar que muitas vezes vivemos situações que poderiam ser evitadas, caso acreditássemos mais que as coisas poderiam ser diferentes pois, acreditando assim, poderíamos realmente fazer como que elas fossem diferentes. Ao mesmo tempo, isso nos leva a refletir sobre como nossas palavras podem afetar as pessoas. Determinar que algo pode ou não acontecer, pode afetar profundamente a vida de alguém que acredita no que falamos, para o bem ou para o mal. Daí a necessidade de muita cautela ao se “bater o martelo” acerca de um determinado assunto. Que tipo de comportamentos acompanham suas crenças?

Se um elefante, quando bebê, for amarrado a um tronco ou algo mais forte que ele, e suas tentativas de sair do lugar em que está preso forem “frustradas”, ele crescerá, e continuará sendo preso nesse mesmo tronco, que já não será tão forte quanto ele. Não terá noção de sua própria força, pois aprendeu que não é possível sair daquele lugar quando está preso ao tronco. A menos que algo aconteça e ele saia correndo, como um incêndio, por exemplo, não aprenderá outra regra a não ser: “é impossível sair daqui”. A questão não é o que o elefante pensa ou deixa de pensar. Não posso nem sequer afirmar que ele pensa. Deixarei essa tarefa para especialistas. A questão é como ele se comporta diante do que lhe foi ensinado!

Qualquer semelhança não é mera coincidência!!