Aqueles que costumam acompanhar minhas publicações aqui no site, já conhecem o termo psicodermatologia, e já compreendem que há uma relação muito íntima entre mente e corpo, emoções e pele.

Uma das doenças dermatológicos sobre a qual mais encontrei material para estudo científico ao longo do meu mestrado foi a Psoríase. Quem convive com essa doença sabe que o stress está intimamente relacionado ao desenvolvimento da mesma.

Há algumas semanas atrás, o jornal científico Nature, publicou uma matéria intitulada “Psychodermatology: An emotional response” (Psicodermatologia: Uma resposta emocional). Nela são citados alguns estudos que relacionam o stress com o desenvolvimento ou agravamento de problemas de pele, em especial a Psoríase.

Achei interessante algumas citações na matéria, e gostaria de compartilhá-las aqui, para pensarmos um pouco a respeito delas:

“Tratar um paciente com psoríase não é apenas tratar a pele, é tratar o indivíduo” – Christopher Griffiths, Dermatologista na Universidade de Manchester, no Reino Unido.

“Temos de olhar para os perfis específicos de pacientes que são mais vulneráveis ao estresse.” – Andrea Evers, Psicóloga e membro da equipe de pesquisadores da Universidade Radboud, em Nijmegen, na Holanda.

“O efeito do estresse sobre os sintomas da psoríase é complicada pelo fato de que a psoríase provoca estresse em si.”

Todo tratamento de pacientes com psoríase, ou com outras dermatoses relacionadas a questões emocionais consiste em um tratamento integral do indivíduo. Daí ser tão importante a atuação de médicos e psicólogos em conjunto. E como ressaltou a Psicóloga Andrea Evers, é preciso estar atento aos pacientes que são mais vulneráveis ao estresse. Isso, porque o tratamento é individualizado, de acordo com as condições e necessidades de cada um. E cada um sofrerá o efeito psicológico de sua doença dermatológica de forma muito particular. Em meu mestrado, meu foco de investigação era exatamente verificar qual o efeito psicossocial provocado pela doença dermatológica (no caso do meu estudo, o vitiligo) sobre o indivíduo. Porque, além de a condição emocional influenciar no desenvolvimento ou agravamento da doença dermatológica, esta última também afeta a condição emocional de seu portador.

Para Jafferany, que dirige uma série de práticas psicodermatologia nos Estados Unidos, o tratamento ideal de pacientes que têm a psoríase como resposta ao estresse deve envolver um psiquiatra, um psicoterapeuta e uma assistente social, bem como um dermatologista.

A matéria ainda indica a Terapia Cognitivo-Comportamental como linha terapêutica para o tratamento deste tipo de paciente.