Há algumas semanas foi aprovada aquela que ficou conhecida como Lei da Palmada. Nosso objetivo aqui não é discutir até que ponto o Estado tem o direito de interferir e normatizar práticas educativas familiares. O fato é que a Lei da Palmada está aprovada e concordando ou não com ela, pais e mães precisam ter condições de educar seus filhos sem recorrer à chamada palmada educativa ou a qualquer ato de violência (seja esta física, ou psicológica).
Certa vez, uma mãe me procurou pedindo ajuda, pois não sabia mais o que fazer em relação à sua filha. A criança tinha apenas 2 anos, e a mãe dizia estar a ponto de desistir. Ao ouvir a queixa da mãe, a primeira coisa que me veio à mente foi “como uma mãe pode chegar ao ponto de desistir de uma criança de apenas 2 anos?”. Continuando a conversa, entendi que haviam vários aspectos envolvidos na problemática que aquela mãe vivia com a filha. Nada justificava sua atitude, mas explicava um pouco das razões pelas quais ela estava tão perdida na educação da pequena menina.
Aquela mãe não era a única a sentir dificuldades diante da necessidade de educar uma criança. Existem muitas mães espalhadas pelo mundo que sentem dificuldade frente a essa tarefa. O fato é que crianças não vêm com um manual de instrução. Muitas vezes, também, elas não vêm de forma planejada (e isso não é culpa delas, mas dos adultos). Além disso, não são como uma mercadoria que pode ser devolvida se estiver com “defeito”. Então, não dá pra desistir mesmo que pareça impossível educá-la.
E nesse pensamento, vale apena refletir sobre o que é educar. Educar não é apenas transmitir conhecimento acadêmico, do contrário os pais precisariam apenas matricular os filhos em uma boa escola. Educar também não é apenas colocar limites e ensinar a obedecer a regras. Educar tem a ver com transmissão de valores e atitudes. Consequentemente vem o ensino de regras e limites e a preocupação com a transmissão do conhecimento acadêmico, técnico ou científico.
Partindo dessa visão mais ampla de educação, os pais devem atentar para 3 aspectos importantes do aprendizado de valores, atitudes e comportamentos: 1) diálogo; 2) exemplo; 3) experiência pessoal.
Esses três aspectos, bem trabalhados, na maior parte das vezes, dão condição aos pais de educarem seus filhos sem recorrer a métodos que possam ser classificados como violentos e agressivos. Falaremos sobre cada um desses aspectos nas próximas semanas.
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