Vivemos em uma lógica, aparentemente sem lógica, de correr contra o tempo, estar sempre em atividade, não poder para e ficar algum tempo sem “fazer nada”. Estou acostumada a receber olhares como que dizendo “eu vou ter que perder todo esse tempo?”, quando passo aos clientes exercícios de relaxamento. “30 minutos por dia” eu digo! São apenas 30 dos 1.440 minutos que temos ao longo de um dia inteiro. Contudo, em pleno século XXI, isso parece ser tempo demais.

Em função desse estilo de vida em que fazemos duas ou três coisas ao mesmo tempo para “ganhar tempo”, temos tirado pouquíssimo proveito de algo que, para muita gente, hoje, sequer é aceito – o repouso. E isso não se resume ao universo adulto. Atualmente, nem às crianças se permite repousar. Aula de música, escolhinha de futebol, escola de idiomas… uma infinidade de compromissos preenchem hoje as agendar infantis, e quando não são os compromissos com hora marcada, é a TV e o computador que devoram todo o seu tempo.

Eu não estou falando de dormir, nem de inatividade. O repouso a que me refiro é um repouso das exigências e atividades externas a nós. A psicóloga e cientista Mary Helen Immordino-Yang publicou em Julho deste ano um estudo sobre os benefícios de se repousar, no sentido de tirar o foco das coisas externas e gastar algum tempo em atividade mental introspectiva de reflexão. Alguns dos benefícios verificados pela pesquisadora são: redução da ansiedade, melhora da condição de tomada de decisão, melhora da capacidade criativa e um bem-estar socioemocional geral.

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Sugestão de leitura:

Resumo do estudo

Matéria da Association for Psychological Science sobre o estudo

Matéria da Revista Viver Mente e Cérebro sobre o estudo